Meu nome é Ian Muffo, tenho 31 anos e sou professor de Jiu-Jitsu em Mogi das Cruzes, SP. Minha relação com este lugar tão belo começou quando um de meus alunos, o Raoni, se mudou para Seychelles para trabalhar como optometrista. Após dois anos e sentindo falta dos treinos no brasil, ele procurou um tatame e começou a dar aulas para os moradores locais e assim se formou a primeira turma oficial de alunos Ian Jiu-Jitsu Seychellois.
Eu via apenas fotos e ouvia as coisas maravilhosas que ele contava sobre tartarugas gigantes e praias de mar azul. Logo surgiu um projeto para que eu fosse conhecer a nossa filial, dar aulas e seminários demonstrando minha arte marcial por lá.
Após meses de preparativos, chegou o dia tão esperado da viagem. Eu nunca havia saído do país e nem subido num avião, então imagine a experiência que foi ter essas primeiras vezes de forma tão especial e pra um lugar indescritível como Seychelles.
Fui pela Etihad e o vôo até Abu Dhabi demorou 15 horas e foi super tranquilo. Após algum tempo de espera no aeroporto, embarquei com destino a Seychelles para desembarcar no paraíso.
Todos foram incrivelmente receptivos e me fizeram sentir em casa. Logo que cheguei, o Raoni me falou: “Descansa porque amanha nós vamos para outras ilhas, afinal você vai ter muito tempo pra conhecer Victoria (a capital) enquanto estiver aqui dando as aulas”. No dia seguinte bem cedinho estávamos no barco em direção a Praslin. A primeira impressão sobre este lugar é que é mais calmo que a capital.
Em Praslin eu pude conhecer a praia mais linda que vi na minha vida, a Anse Lazio! Esta praia tem mar muito azul, corais de várias cores diferentes e peixes tão coloridos como eu jamais imaginei. Um verdadeiro paraíso mesmo.
De lá fomos para outra ilha bem conhecida porém muito mais simples e que é praticamente um vilarejo, La Digue. Assim que se chega por lá a melhor coisa é alugar uma bicicleta e ter a ilha toda ao alcance das pedaladas. Praias lindas são a coisa mais comum nas Seychelles e em La Digue não seria diferente, mas o que mais me chamou a atenção nessa ilha foram as tartarugas de Aldabra que andam livremente. São gigantes mesmo e pacíficas. Nos fundos da casa de uma amiga que fiz lá haviam duas que se instalaram por vontade própria. Pra mim, que estudei biologia, foi incrível ver esses animais. Nesta ilha conheci muitos habitantes locais e eles foram muito legais comigo. Me senti feliz por conhecer o local e as pessoas.
Voltamos de La Digue para Praslin para pegar o barco de volta a Victoria. No porto, uma amiga que fizemos lá me presenteou com uma iguaria local. Todos que chegam ao país reparam nos morcegos de um metro de envergadura que sobrevoam a gente todo dia, mas eu não esperava que as pessoas comessem eles. Então quando essa amiga me trouxe um potinho cheio de morcego ao curry eu tive que experimentar. A carne é muito boa!
Quando voltei para a capital e comecei a trabalhar, pude ver de perto como é o dia a dia das pessoas. Pude treinar, ensinar e aprender com eles. Graduei alunos da minha equipe e preparei dois deles para um campeonato que disputarão nas Ilhas Mauricio em junho.
Victoria é uma capital muito pequena e charmosa. Tem um mercado central cheio de alimentos locais, peixes e tubarões pescados na madrugada e um Templo Hindu muito legal também.
Nas Seychelles há muitos sul africanos, indianos, europeus convivendo em harmonia. Todos falam inglês. Tive a oportunidade de dar aulas em orfanatos de lá, e mesmo as crianças já falavam inglês fluentemente, e muito melhor que eu.
Como eu treinava e dava seminários à noite, aproveitava pra caminhar pela ilha de dia. Passei por Beau Vallon, a praia mais frequentada pela população local, de água limpinha e quente. Muitos estrangeiros ficam por ali, mas o verdadeiro ouro das seychelles está nas ilhas ao redor de Mahé.
Os dias de treino e seminários foram se passando e eu me sentia cada vez mais entrosado com os alunos locais, me adaptei ao calor e também ao curry muito utilizado na culinária local.
No meu último fim de semana visitei o sul de Mahé e uma das melhores experiências da viagem foi em uma das praias da região. Havia uma ilha a uns 200 metros da praia, aquela coisa de sempre: mar azulzinho, corais e peixinhos. Fui nadando até a tal ilha. Na volta, apesar do sol, estava chovendo perto de mim e um incrível arco íris se formou saindo do mar em direção ao céu. Vendo aquela cena de arco íris, corais, peixinhos, água morninha transparente… Eu pude perceber o quanto sou abençoado. Saí do subúrbio da minha cidade e estava ali conhecendo um dos lugares mais lindos do mundo. E tudo isso graças ao meu esporte.
No último dia, passeei com os alunos pelas montanhas no topo da ilha e reparei que a vegetação é parecida com a nossa Mata Atlântica, com o clima bem fresquinho. Seychelles é incrivel, isso é fato. É a natureza em todos os níveis. Tudo com beleza indescritível. Qualquer praia que se vá tem o mar azul turquesa e cheio de peixes coloridos. O sol brilha sempre. Em quinze dias só vi uma chuva de dez minutos. Os habitantes todos foram muito legais e receptivos comigo e creio que sejam assim com todos os turistas que cheguem até eles com humildade e respeito.
Já tenho minha volta para o paraíso planejada para este ano. Darei mais seminários e organizarei um campeonato por lá. Quem tiver a oportunidade de ver de perto tudo o que Seychelles tem a oferecer, eu recomendo que faça isso. A experiência mudou a minha vida.
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